Durante vários dias, frequentei este ginásio
assistindo às aulas, atividades e treinos. Recolhi objetos usados nas
modalidades que aí se praticam: duas massas, uma fita, e um arco. Trouxe pó de
magnésio. Usado pelos atletas evita, que a humidade da mão, diminua o atrito no aparelho.
A atmosfera do ginásio está
impregnada desta substância. Todos os objetos ali existentes, possuem uma camada deste pó fino e branco, que
os envolve numa espécie de velatura. Cortina de nevoeiro, semitransparente.
O enorme pé direito do ginásio,
provoca um eco que, rapidamente é abafado
pela quantidade de tapetes que cobrem o
chão. Como dunas, espalham-se por todo o espaço, formando alturas e declives,
numa paisagem de espuma.
Estes dois trabalhos, são a tentativa
de tornar visível através do desenho, determinadas características deste lugar, que, de alguma
forma, resultam da sua função, como espaço onde alguma coisa acontece. O que
acontece neste espaço, é muito mais do
que o movimento ditado pela estética da perfeição. E, são os acontecimentos periféricos, os
resíduos de uma ação humana, que marcam tão unicamente aquele espaço, que me
interessam neste projeto.
